Na Assembleia Geral realizada na manhã de terça-feira (21/11) os trabalhadores da Energisa MT aprovaram a proposta negociada pela diretoria do STIU/MT com representantes da Energisa MT. Em dois pontos mais polêmicos: a redução do valor da hora-extra de 100% para 50% e a implantação do Banco de 180 dias para compensar as horas-extras propostos pela Energisa MT, a empresa recuou. Dessa forma, o valor das horas-extras continuarão em 100% e o Banco de Horas não será implantado.

Trabalhadores em Assembleia Geral em Cuiabá

A manutenção do valor das horas-extras em 100% representa a manutenção de uma conquista histórica da categoria, que juntamente com a não implantação do Banco de Horas, somaram duas conquistas vitoriosas para os trabalhadores Urbanitários.  A proposta da empresa de pagar apenas 50% do valor das horas-extras, juntamente com a implantação do Banco de Horas, foram dois pontos muito debatidos pelos trabalhadores, que concluíram que a adoção de ambos seriam muito prejudiciais.

SUPEREXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES

            Incialmente haveria o risco da empresa  promover demissões para reduzir o número de trabalhadores, ao mesmo tempo em que aqueles que permanecessem no trabalho seriam sobrecarregados com jornadas de trabalho exaustivas, de 12, 14 ou até 16 horas, sem nada receber, haja vista que a Energisa MT iria utilizar o Banco de 160 horas para compensação. Ou seja, os trabalhadores seriam sobrecarregados para suprir a falta daqueles que seriam demitidos, ao passo que a Energisa MT elevaria os lucros da empresa, tanto devido a economia feita com as demissões, como superexplorando os trabalhadores com o aumento da jornada de trabalho sem o pagamento de horas-extras.

Essa era a intenção da Energisa MT, pois dispondo de seis meses para compensar as horas-extras, a empresa certamente que colocaria em prática um regime análogo ao trabalho escravo, no qual aos trabalhadores passariam a trabalhar nas horas e dias de folga e feriados, sendo privados do descanso semanal e convívio familiar, recebendo salários irrisórios, pois o que salva são os benefícios do Acordo Coletivo de Trabalho, e pior, ainda correndo o risco de adoecer em consequência da jornada de trabalho estafante.

DEMAIS CONQUISTAS FORAM MANTIDAS

Ficou acordado a manutenção da vigência do Acordo Coletivo do Trabalho (ACT) para o período de 01/10/2017 a 30/09/2018, além da reposição da perda de 1,63% correspondente à inflação oficial nos doze meses, a contar de setembro de 2.016, para as cláusulas econômicas. Assim sendo terão reposição da inflação oficial de 1,63%, o Reajuste Salarial, o Piso Salarial, o Adicional para empregados que dirigem veículos da empresa, o Auxílio Creche e Auxílio Filho Excepcional, a Gratificação de Férias e o Abono Constitucional de Férias e Auxílio Funeral.

O Vale Alimentação será reajustado considerando o percentual de 2,63% sobre o valor atualmente praticado, retroativo a 1º de outubro deste ano. As faixas salariais pra fins de descontos obedecerão os reajustes aplicados ao salário e piso, mantendo as demais condições vigentes para o Vale Alimentação.

Em relação ao Plano de Cargos Carreira e Salários e ao Recrutamento Interno, o STIU-MT vai fiscalizar com rigor para que o PCCS saia do papel, e aqueles que trabalham na empresa sejam valorizados através da implantação de uma política de ascensão de cargos e elevação dos salários.

Quanto ao recrutamento interno, o STIU/MT vai continuar cobrando a valorização daqueles que já trabalham na Energisa MT, visto que já possuindo vivência no âmbito da empresa, têm mais conhecimento de causa para o preenchimento das vagas que possam representar a ascensão profissional e melhoria salarial.

Trabalhadores em Assembleia Geral em Rondonópolis

Trabalhadores em Assembleia Geral em Barra do Garças